Me perdoa
Pela tempestade
Me perdoa
Pela calmaria
Me perdoa, pela noite
Me perdoa, pelo dia
Me perdoa
Pela gente
Um me perdoa magoado
Me perdoa por não ter tomado a frente
Me perdoa por não ver seu lado
Me perdoa
Quando fiquei mudo
Me perdoa
Por tudo
Me perdoa
Pelas águas passadas
Me perdoa por nada
Perdoa então
Pelo sim e pelo não
Me perdoa, enfim
Me perdoa, também
Me perdoa e assim
Pra que eu me perdoe
Amém.
Remo Noronha
segunda-feira, 23 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
PEQUENO DICIONÁRIO BRASILEIRO
Para entender o
brasileiro é necessário ter um mínimo de entendimento de futebol:
Um brasileiro não é
dispensado pela namorada, ele é chutado para escanteio.
Não encara as
dificuldades de frente, ele mata no peito.
Não resolve uma
situação difícil no último instante, mas sim ao 45 do segundo tempo.
Não resolve uma
situação de qualquer maneira, ele tira de bico.
Não conta com a
sorte para atingir as metas, ele manda de chuveirinho.
Não chega sem dizer
que ta na área, e os mais engraçadinhos emendam: se derrubar é pênalti.
Não perde uma
disputa: é campeão moral.
Não ajuda um amigo;
deixa ele na cara do gol.
Não enfrenta um adversário, parte de cara a cara.
Não desperdiça uma
situação favorável: isola pra arquibancada.
Nem sempre se revolta
com as falcatruas de colarinho branco... Mas a mãe do juiz...
Tem um coração bravo
para a labuta, mas nem fale em disputa de pênaltis.
De tudo pode
acontecer em sua vida, afinal não é mesmo uma caixinha de surpresas?
Esquece do
congressista que votou contra sua maior esperança, mas ai do adversário que foi
contratado para o seu time e teve o desplante de beijar a camisa...
Não desiste de seus
projetos até o apito final.
Não coloca a camisa
do time para ver um jogo e sim o manto sagrado.
O brasileiro é
definitivamente estranho:
Muda de cidade;
Muda de pais (mas
quer notícia todo dia);
De namorada;
Religião;
Partido político
então é uma festa, porém...
Ai daquele que vira
casaca.
Pobre do brasileiro
que não entende o que é ser brasileiro. E que reclama em qualquer lugar que só
queremos saber de samba e futebol. Todavia o que resta para um povo tão
massacrado pelo mercado, marcado pela seca, malhado como um Judas. Será que
queremos só saber de baseball, NBA e funk?
Certamente esse cara não sabe que é com este esporte impropriamente chamado de bretão, é que
podemos ser colonizadores ao invés de colonizados. E que as primeiras mudanças
partem da identificação de um povo com ele mesmo.
Prefiro ser
apaixonado por esse povo que dribla a dificuldade e faz um gol de placa na
miséria. Definitivamente um povo SHOW DE BOLA.
domingo, 1 de abril de 2012
FIOS DE PALAVRAS
Teço um texto que acontece
E no instante em que o faço
Em suas linhas me embaraço
Pois nem tudo o que digo é o
que parece
Sonorizo uma canção
No momento em que a canto
E não contenho o pranto
Despertado por sua emoção
Expresso meu íntimo
Como um trem ligeiro
Mas só o faço por inteiro
Quando as palavras
descarrilam à sua frente
Já não sei realmente
Se o faço por você
Mas tudo o que é escrito
Só tem sentido quando se lê.
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