domingo, 17 de janeiro de 2016

SEMPRE NO MEU CORAÇÃO
You are Always in my heart
when the sky starts to gray

E assim lá vai mais um texto que cravaria um zero redondíssimo caso fosse avaliado por uma banca padrão ENEM. Principalmente no que tange a coesão e coerência, o que é algo fundamental, pois assim como eu já disse em fios de palavras: “teço um texto que acontece, e no instante em que o faço em suas linhas me embaraço”. Até porque a tal da coerência está perdida em um neurônio meu que é super preguiçoso e a coesão depende da sua paciência em suprir as lacunas nascidas de minhas inconsistências... mesmo assim lá vai.
Quando corro tento me distrair com qualquer pensamento maluco que quica na minha cabeça. Hoje eu estava cantando uma história que envolveu dois personagens muito amados: minha mãe que era a alquimia de uma quase ausência de formação acadêmica combinada com uma inteligência ágil e incomum, e o Anthony sobre quem vou ter de explicar um pouco mais. 
Mas antes devo dizer que este texto explodiu na minha cara por uma dessas coincidências impossíveis, assim que peguei no celular vi a postagem de minha prima, Raquel, com a MESMÍSSIMA música, em uma versão de Antônio Marcos.
Voltando a descontruir o texto preciso contar como um inglês duro queria dar o golpe do baú numa brasileira, supreendentemente (só pra inglês ver), também dura. E lá estava ele perdido em Nova Friburgo sem grana para voltar para Inglaterra, sabendo falar em português somente cruzeiros, amigos e namorar.
Enquanto isso eu era Aspirante a oficial no Sexto Grupamento de Incêndio e estava com o firme propósito de não estudar nunca mais na minha vida. Só que mais por tédio do que por sede de conhecimento comecei a estudar a língua de Shakespeare, e (re)descobri os caras de Liverpool daquele momento 4ever.
Então, quando o Anthony pediu (sabe-se lá como) ao sentinela para conhecer o quartel algum incauto disse: “chama o Aspira que ele fala isso aí.
Foi uma comédia. Eu estava no CABS há duas semanas, se fosse em francês minha apresentação do quartel seria algo como... O carrè vermelhè de bomberè... Depois de uma hora da pior conversação da história da humanidade, e um montão de gestos iniciei uma amizade para a vida inteira o que me forçou a obter fluência em tempo recorde.
Três meses depois o levei para o consulado no Rio, e me vi doido com um gringo, não menos louco, naquela semana que lutamos para encaixar ele num avião. E como eu tinha que trabalhar alguém teria que ser baby-sitter.
Resumo da ópera: lá estavam Anthony e Maria Augusta sem nada em comum além de cigarros e café.
Chovia, então ela disse com pompa e circunstância: “when the sky starts to gray”, era tudo que precisava ser dito para tornar o momento mágico.

Não vi a cena, mas na memória uma ponte se construiu. Não há nada mais belo do que dois seres humanos que fazem o possível para se entender. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Ronco.
Tô gordinho.
Falo demais.
Sou desajeitado.
Ansioso.
Acelerado.
Sou péssimo para contar piadas.
Apesar de conseguir pensar em assuntos de razoável complexidade, canso de cometer erros básicos, o que explica minha ortografia horrível e meus erros de conta.
Distraído a ponto de passar por alguém e não ver.
Tenho um ego do tamanho de um trem.
Dorminhoco.
Compulsivo.
E o maior de todos meus defeitos é juntar uma certa rapidez de raciocínio com uma sinceridade simplesmente desagradável. Algo assim como não vou dizer, não vou dizer, e... é. Já era.
Enfim, sei tanta coisa ruim sobre mim mesmo que fico imaginando como consegui ter por perto pessoas tão adoráveis, amigos leais, companheiros de trabalho, família e uma baita namorada.
Sei que qualquer desses defeitos seriam o suficiente para arruinar uma relação, basta usá-lo na dose errada.
Exempli gratia (ah tinha esquecido de dizer, sei duas ou três citações latinas e as uso pra mostrar que sou foda – ah, e ainda falo palavrão!) ser perfeccionista é muito bom em geral, só que quando a pessoa usa isso em uma entrevista de trabalho, para dizer que é seu ÚNICO defeito, sai de perto que o cara é chato pra...
Então como é que a gente atura uns aos outros? (faço perguntas retóricas).
O macete é o namoro, é nessa hora que aprendemos a usar polvilho para disfarçar chulé, bala de menta para o mau hálito e conversa mole para parecer bacana.
Só que não é essa a resposta, a gente atura porque ama.
Então quero agradecer a todo mundo que me atura aí pelo mundo afora, são pessoas que acham que vale a pena lhe dar com isso tudo, só porque gostam de mim.
Remo Noronha

PS. Sou meu fã.