Recebi um contato
de um grande amigo de meu filho que disse estar vindo de Minas para nos
visitar. Depois do bate papo protocolar, aproveitei para falar com ele sobre a
tristeza com a qual observo os profundos movimentos que teimam em nos devolver
a idade média. Então ele me respondeu que já não diz mais que a Terra é geoide,
em consonância com sua formação em geologia. Depois de uma meia dúzia de sorrisos
ele constatou, desanimado, que se seu interlocutor afirma que a Terra é esférica
ele já se dá por satisfeito.
Me despedi dele e
pensei onde tudo isso começou?
E foi assim:
“Tem mesmo que
fazer essa conta sem calculadora?” Ou “Física é chato”. Tem também: “Logaritmos
servem para quê?”. Põe na lista também:” para que que vou estudar isso se não
vou virar cientista?”
E continua assim: “Basta
ter espírito crítico”.
E redunda em: “Essa
é minha opinião e pronto”.
Então está armado o
cenário.
E lá vou eu
tentando explicar que a Terra não é plana, o que seria inconsciente com...
- Fuso horário.
- As estações do
ano serem diferentes nos hemisférios.
- A existência de
satélites estacionários.
- A força de
Coriolis ter diferentes sentidos em cada um dos hemisférios.
- A ocorrência de eclipses.
- E tantas outras
coisas que me cansam só de pensar.
Só que nada disso é
relevante.
Bom mesmo é
desprezar as ciências e todos aqueles que as propagam.
Tomei a única decisão possível para
manter a minha sanidade. Não discuto com a raiz quadrada de dois ou com
qualquer outra coisa ou pessoa que seja irracional.
Remo Noronha.
Bombeiro por profissão, professor por
paixão.