sexta-feira, 20 de maio de 2022

O coach chamado Maquiavel

 Vejo o famoso coach dizendo que devemos deixar de lado uma espécie de síndrome de vira-latas para, finalmente, aceitar que é no campo político que se fazem os diretores de grandes empresas. É comigo que ele está falando? Se for o caso está perdendo um tempo precioso.

Ser vira-latas é a melhor parte que tenho! E não pretendo deixar de sê-lo só para me transformar em CEO de uma empresa grande ou pequena. Ou caso você prefira entender com um conceito meio doido: saiba que não sou o tipo de cara que atravessaria o rio Rubicão.

Talvez você até compartilhe de minha aversão as artimanhas palacianas. Tais assuntos definitivamente me desagradam; entretanto, são primordiais para quem quer passear pelas torres, palácios, quartéis e catedrais. Então se você está mais para mendigo do que para príncipe é provável que não se sinta a vontade ao andar em Versailles ou ler Maquiavel. Eu assumo que nas vezes que tentei passear (não nos cômodos do palácio, mas nas páginas) tive ânsias de vômito no sentido bíblico da palavra. O que me permitiria usar a ideia de que o velho manual do poder LITERALMENTE me deixa enojado. O que torna qualquer outra explicação desnecessária. Ou seja: príncipe por príncipe prefiro o do Exupéry.  

Não se trata de ter um estomago fraco, Sun Tzu, a guisa de exemplo, se tornou um companheiro importante em uma certa fase de minha vida. De forma alguma o encarei como um elogio a guerra, mas uma constatação de que em alguns momentos a vida nos chama pelo nome completo, e é quando devemos tomar coragem nos levantar e dizer: presente. Do mesmo jeito que foi descrito pela viola enluarada.

Toda essa trajetória me levou a encontrar alguém que gosto muito: eu mesmo. E gosto tanto que tenho que lembrar de baixar a bola e tocar rasteiro muitas vezes. Esse amor-próprio não deve ser desculpa para lhe obrigar a ter que lidar com meu ego. E este deve tomar suas doses regulares dos remédios de tarja preta, diuréticos, moderadores de apetite e analgésicos. Todos devidamente prescritos pelo doutor Bom Senso.

Só para ilustrar toda essa confusão lembremos da estória do rapaz que se formou em medicina, deu o certificado para o pai e foi seguir o sonho de ser caminhoneiro.

Então, fica a pergunta. A quem você quer fazer feliz ao aprender todas as artimanhas que ajudaram a formar os reinos unificados da Europa?

Se a resposta é “eu mesmo”. Vá à luta! E se tiver um tempinho faça um resumo do livro, e me manda por e-mail para que eu possa ler do lado de cá do rio Rubicão.