Nos dias que vem por aí.
Que eu possa...
Ter minhas convicções destruídas
para poder repensá-las.
Tentar ser amigo do
mundo, para no final só querer ter por perto quem realmente importa.
Ser formado por uma
sociedade machista para entender o valor das mulheres de minha vida.
Admitir meus medos,
para entender que coragem não é a ausência deles.
Parar de ler um livro
fantástico, bem no meio, por saber o quanto me sentirei abandonado quando ele
chegar ao fim.
Brincar com meus
cachorros e meus amigos.
Emagrecer. (Fala sério?)
Aprender a me calar e
ouvir. (Essa é difícil)
Saber que eu preciso
ensinar por outros trinta e cinco anos para poder aprender algo, e no fim ter a
exata medida de minha ignorância.
Entender o ritmo da
dança da vida.
Ficar gripado toda vez
que tomar banho de chuva, e voltar a me molhar.
Sonhar a vida inteira
por algo material, para quando chegar perto poder desistir da ideia, só porque
ela não faz mais sentido.
Lutar minhas batalhas para
encontrar a paz.
Jogar de teimoso, que
sempre foi minha posição.
Xingar meu time do
goleiro ao ponta esquerda, e não admitir que outra pessoa faça isso.
Me calar para não magoar
alguém importante, mesmo quando a opinião me pareça totalmente despropositada.
Buscar a verdade, esta
flor intangível, mesmo quando não sirva para ninguém.
Tornar um cantinho de
mundo um lugar melhor.
Agradecer mais e pedir
menos.
Fazer o sinal de
prosperidade Vulcano toda vez que passar por uma porta de shopping que abre
automaticamente, mesmo que ninguém mais entenda que isto revela minha profunda
fé em um futuro que querem destruir.
Por falar em fé, que
esta não seja cega e nem uma faca amolada.
No fim de tudo admitir
que ainda pergunto para onde vai a estrada.