Então Alicia Florrick
teve que pagar uma multa de cinco mil dólares, pois ela sabia algo sobre seu
cliente que não foi revelado para a outra parte.
Estranho, o pouco que
sei sobre direito não se aplica aqui, pensava que o fato de que alguém não ter
obrigação de gerar provas contra si mesmo fosse algo assim como universal.
Imune as culturas jurídicas mundo a fora.
Mas, o que realmente
me chamou atenção foi como ela conseguiu esconder o que importava dos adversários,
ela ofereceu a eles TODAS informações que ela tinha à sua disposição,
enterrando o que era relevante em uma pilha de data, tornando inescapável a
metáfora de agulha em um palheiro.
Grande novidade! O
quanto sabemos é inútil.
Não estou falando de
lendas, histórias familiares, técnicas para jogar futebol, o jeito certo de
empunhar um pincel, a expressão de sua mãe quanto está estressada, a cor da
camisa que a sua namorada usava no primeiro encontro.
Não, não é isso. Cada
uma destas inutilidades é essencial para dizer quem somos.
Mas quando você lê um
jornal, procura num site ou google um texto, logo você se vê obrigado a saber
de que forma um jogador matou sua amante, qual maquiagem a celebridade usa,
qual é o corte de cabelo da artista.
Se este texto empurrasse
as minhas mãos para o caminho do debate ele já nasceria morto.
Ninguém debate mais
nada.
Só queremos forçar
nossas opiniões sobre os outros, e ridicularizar quem nos opõe.
Prefiro o caminho mais
reto (e publicável), quero apenas poder encontrar quais textos vão ser votados
na Câmara de Deputados, sem que este tenha passado pela resenha de quem quer
que seja, e copiado e colado, e recopiado e recolado, para depois re-recolado e
re-recopiados aos milhares. Para que no caminho não haja acesso ao texto
original.
Mas isso também está
enterrado em um enorme palheiro.
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