quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

ELE PÕE OS OLHOS GRANDES SOBRE MIM

Sou contra.                   
Apesar de me tocar profundamente não dou um centavo a crianças na rua. Sempre há um adulto se aproveitando deste tipo de situação. Elas deveriam estar na escola e ponto (final, de exclamação e de vista).
As pessoas bem-intencionadas colaboram com uma relação escravocrata.
Quanto piores forem as condições das crianças e quanto mais miseráveis apresentarem, maiores as chances de que seus carcereiros lucrem.
Lá se vão eles pelas ruas, com cabelos colados, mãos sujas, feridos, surrados, maltrapilhos.
Dá uma dó tão sustenida que eu não caibo em mi.
Aí para aquele molequinho do lado da minha mesa na loja famosa de hambúrguer grelhado, como que sabendo que não sou dali, não habla nada... nem eu. Só fica meio assim se esforçando para ficar de pé. Não sabe andar há muito mais do que a metade de sua vida.
Finjo olhar para o outro lado.
Pego o saco.
Estendo a mão para fora de meu campo de visão.
Só assim penso que eu mesmo não sei o que estou fazendo.

Em minha defesa: tô gordinho mesmo, e aquelas papas fritas deviam ter toneladas de calorias.

3 comentários:

  1. Nesses casos sempre ouço meu coração, tentando curar o mau do mundo, sei que não posso , as vezes dou outras não . Mas o motivo das calorias pode funcionar rsrsrs.

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  2. Uma vez eu dei...quando cheguei na porta do restaurante, a mãe estava brigando com a criança porque não ganhou batatas fritas... que raiva!

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