Naquela noite só consegui apaziguar a mente depois da exaustão. Logo uma luz intensa me chamou para um sonho vívido, colorido, atemporal.
Então vejo que o laranja intenso vinha espalhado do
manto dele.
Fiz milhões de perguntas cada uma delas foi respondida
com um sorriso e nada mais.
Minha única opção era copiar o que fazia.
Cada movimento tinha um significado, sutil, pleno.
Mentiria se dissesse que os compreendia, porém fui
passo a passo intuindo cada detalhe e sua simbologia.
Depois um outro eu chegou, como sempre ocorre nos
bailes de máscaras. Era inquieto, perturbado, uma pedra jogada no lago. Só me
sinto bem novamente quando ele parte, levando consigo/comigo sua sombra.
Então fiz a pergunta que o mestre resolveu, finalmente, responder: “Por que não perdeste a paciência?”
- Em breve ele estará morto, devemos ser gentis com os
moribundos.
- Sabes quando ele partirá? Não sabia que tinhas
tamanho poder!
- Claro que não sei.
- Então por que dizes que é moribundo?
- A vida é breve.
- Ainda não entendi, posso perguntar mais? O que mais
podemos dizer um ao outro?
- Não direi mais nada, além de que em outra vida irei
te responder quando eu estiver em teus braços.
- Não se vá mestre! A ainda muito a ser dito. Por favor,
não vá. Por favor... por favor... por fav... por..
Acordo banhado em lágrimas só me consolo ao perceber
aquelas seis cordas olhando de volta para mim.