Disparado de todas as qualidades humanas a que sou mais incapaz de aprender é saber quando calar.
Os sinais estão espalhados por aí. Lembro da figura da enfermeira
estampada nos corredores dos hospitais com o indicador cruzando os lábios. As placas
nos ônibus informando que deveríamos falar ao motorista somente o necessário. O
cala boca Bárbara do Chico. O Silêncio ele está dormindo em uma canção que ecoa
na memória e toca meu coração. A aula de yoga. O torcedor do jogo de tênis. A explosão
no vácuo.
Então, por que nunca aprendi uma lição tão básica? Talvez
meu melhor amigo esteja certo e eu seja o cara inteligente mais burro que ele já
conheceu. Resumindo uma anta com Q.I. de 400... pobres antas.
Sofro de sincericídio, doença genética e congênita
associada a (quase) toda minha família, e digo quase somente para estabelecer
uma apertada margem de erro. Não vou falar, não vou falar, não vou FALEI.
Lembrando o bode do filme de animação de deu a louca na Chapeuzinho.
Sei que a palavra vale prata e o silêncio vale ouro.
Mas o que é o tal do ouro senão uma porcaria que reafirma as desigualdades do
mundo e deixa mercúrio espalhado nos rios, matas e comunidades.
Há algo em mim que fala, que canta e grita.
Mas se você disser que eu desafino, amor, vai tomar...
que eu não sou cantor.
E que os desafinados tambem tem um coração, melhor falar rs.
ResponderExcluir