Recentemente me vi perdido ao ver o Rei Charles, o Ray Charles, o meu amigo Charlie Brown (do Benito de Paula), o dono do Snoopy, o Carlitos e todos outros que possam responder ao grito de: Hei, Charles! Aonde você vai?
Essa imagem gritou na minha frente um pouco depois da assunção ao trono do soberano da Inglaterra (não vai ter jeito os epítetos terão que povoar esse texto, do mesmo modo que ocorre quando uma criança lhe pergunta se um pato sem pata é viúvo ou manco), para logo depois ouvir o samba alegre do menestrel de Nova Friburgo acolhendo um amigo estrangeiro.
Modelos representativos importam. Leciono física há tempo bastante para entender que a ciência não passa de uma representação interpretativa da realidade. E ao sair da sala de aula posso dizer, sem medo de ser feliz, que estou me apaixonando pelo avatar de minha esposa a cada postagem dela no Zap. Isso ao compreender que me encanto com representações transitórias e o que elas trazem, mesmo sendo apenas sombra de uma mulher fantástica.
Por outro lado, foi apenas um pequeno gesto que o monarca fez que me trouxe todo esse incômodo. Também incomodado ele acenou para um mordomo que, telepata, tirou um objeto do campo de visão de seu suserano. Pode parecer uma besteira, mas no final das contas diz bem que a acumulação de riqueza traz em si os maiores males da humanidade. Incluindo o fato de que alguns se acham no direito de se sentirem melhores que outros, apoiados por todos os aparatos jurídicos e sociais; o que inclui uma certa etiqueta como diminutivo de ética.
Penso de forma divergente e espero que haja igualdade na diversidade, porém se tiver que escolher alguém para ser o melhor de toda essa confusão meu voto fica dividido entre o vagabundo de cartola e bengala e o pianista que superou todas as adversidades, inclusive a percepção de que seu instrumento tem teclas de ébano e marfim.
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