quarta-feira, 7 de maio de 2025

Encontro


Para Flávio, um Rocha que pensa diferente

 

Um é Luís o outro Luiz, nem sei se esses e zês podem ser a diferença entre eles. Por isso digo o que sei: um é filho de Januário, outro de Luís. Um tem sete baixos, o outro o violão. Um nasceu para ser guache na vida, o outro tenta ser um homem direito. Um reclama que uma esmola para alguém são ou mata de vergonha ou vicia o cidadão. O outro diz que um homem se humilha se castram seu sonho que é sua a vida e a vida é o trabalho. E tanto andaram de viés que se afastaram irremediavelmente.

Um dia resolvem que a vida deles é andar por esse país pra ver se um dia há um descanso feliz. Um encontro que aconteceu de fato, a despeito de ser tão improvável.

Sei bem o que passaram. Visões de mundo mais nos afastam do que unem. Penso que o politeísmo de tempos passados bem poderia ser uma solução melhor que se chamar Raimundo. Se Deus é único, quem é o único que sabe quem Ele é, e pode realmente dizer que todos outros são meros teatros burlescos com suas mitologias inverossímeis e improváveis?

Enquanto isso uma boa banda não pode ser só de guitarras, do mesmo jeitinho uma boa ideia guarda em si a probabilidade de estar errada, pois assim não sendo é só mais um fundamentalismo barato. Sei o que não sabes e sabes o que não sei (o que está dito tão fora de registro que nem deveria estar aqui em um espaço informal). Enquanto isso vejo o leão perseguir o antílope, aquele que correr menos não vai saber com termina a história. No fim ambos são grama.

Ontem tomei coragem e liguei. Você tomou coragem e atendeu. Coragem tem origem em coração. Então não posso dizer que discordo de você, pois essa é uma outra palavra que põe cordas no coração, apenas pensamos diferente, e temos muito que aprender juntos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário