domingo, 22 de novembro de 2020

Sete deusas

 


“Quisera ter a voz

Para te dizer o que digo”

 

Venha aqui musa que me inspira, para dizer aquilo que não sei falar sozinho, e conte aos quatro cantos o encanto que me encontro.

Use meus braços, lábios e a minha voz para contar uma história feita de música, chão, lágrimas e calor; como quem fala dos quatro elementos.

Conte através de minha história no pulsar de minhas veias como sete deusas encarnaram em uma só mulher.

- Primeiro veio Artêmis com seu jeito de menina. Toquei as suas tranças e nessa dança ouvi o poeta cantar como se fosse todo azul espalhado em seu olhar.

- Hera não era mais que você quando a luz dos olhos meus precisa se casar.

- Depois veio Afrodite pôs fogo em nossa cama e o olhar de quem ama não reflete o drama.

- Athena guerreira e sábia atravessou pelas escolas, mas quem mais aprendeu foi meu coração de estudante e, mesmo que por um só instante entrou em compasso com o seu.

- Demeter também veio embalar nosso filho tão pequenino e a nossa menina: ágil bailarina, até vê-los crescer. Quantas vezes cheguei em casa ouvindo Gonzaguinha a sussurrar: “durma com a criança no seu colo”.

- Perséfone lhe tocou em uma noite de setembro, esse dia eu lembro do rosto feito de cera e beleza. A transmutação acontece e psiquê é quem volta, talvez pela volta que meus joelhos faziam ao pedir para Santa Maria somente com o olhar.

- Héstia se recolhe em sua casa e suas mãos unidas, cura as últimas feridas com uma força que nos alerta.

Sete deusas, sete músicas quatro elementos não são o suficiente para dizer tudo. Então que a quintessência lhe diga o simples, o óbvio, o clichê. Como deve ser qualquer história de amor que se preza.  Então saiba “que te amo, te amo, eternamente te amo”.

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