sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Sobre o Maicon, Marcelo, Fernanda, Márcia, Guilherme e Fábio Henrique

 


“Quando eu não puder pisar mais na avenida,

quando as minhas pernas não puderem aguentar...”

Sou professor.

Não é minha primeira profissão, mas sou de corpo, de alma, de uma cabeça cansada e de calos nas pontas dos dedos.

E assim o sou porque tive o privilégio de ver os melhores em ação. Os grandes mestres, os gênios, os homens e mulheres que serviram de modelo. Referência e reverência aos sérios, aos bem humorados, aos criativos, aos metódicos, aos exigentes, aos amigos. Todos geniais.

Como eu poderia seguir estes passos com meus pés claudicantes? Lecionar é um ato de esperança, mas também de coragem. Tantos pares de olhos miúdos seguindo meus movimentos, ciente que era modelo e inspiração. Uma terrível responsabilidade.

Depois de tudo fica o vazio quando as luzes da ribalta se apagam. Como passar este nobre papel para outros atores e atrizes?

Meu caminho começa com uma disputa boba: vivia as turras com uma amiga que amava matemática e dizia que a ciência de Pitágoras e Euler é a maioral, já eu defendia com todas minhas forças Newton e Einstein. Nossos primeiros passos estavam apontando para o árduo e maravilhoso caminho de ensinar exatas. Tudo que tínhamos era paixão pelos livros e fórmulas. Não sabíamos então, que isso é quase tudo que é preciso (exato, necessário) para apontar o norte. Ela não se desviou do caminho, eu dei muitas voltas.

Outra história é da menina que seguiu os passos do pai ao entender que grandes mestres são antes de tudo generosos e gentis. Ah! Não se esqueça da pitada de humor! Esta hoje ensina a ensinar.

Quem também cruzou meu caminho foi o jovem que fala sobre a vida. Novas técnicas, novas tecnologias e muito a me ensinar na nova jornada. Não fosse o suficiente ele está sempre na torcida. É impossível não oferecer o meu máximo quando o vejo como que aos gritos de um torcedor apaixonado.

Outro cara está ao meu lado, mesmo que distante. Ele traz consigo a arte dos alquimistas que virou ciência. A pedra filosofal está ali na esquina, basta que os alunos percebam o misto de esforço e excelência. Ele vai brilhar.

Aula a distância me aproximou de dois futuros professores: o que queria ser militar e o que quer se despedir da carreira. Diversas vezes aprendemos juntos, logo eles saberão mais do que eu jamais pensaria ser possível. É assim mesmo que deve ser. Professores são só bases de lançamento.

Um dia vou parar de me preocupar com questões, vestibulares e aulas. Este dia ainda não chegou, mas estou em paz. Quando vier sei que há muitos que vão carregar a chama.

Meu anel de bamba ( se é que um dia o mereci)? Já passei adiante!

Para

Maicon Marques, Marcelo Emilio Santos, Márcia Spíndola, Fernanda Veiga, Guilherme Tostes e Fábio Henrique

 

 

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