quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Sonhos

 

Desde que cumpri minha missão no Corpo de Bombeiros um sonho recorrente tem me assombrado:

Chego no portão do Quartel Central só de short e descalço. Está prestes a acontecer a formatura da espada e todos já estão no pátio com uniforme de gala, tenho que correr me escondendo ao máximo para chegar no alojamento e pôr a farda correta.

Se isto não é assustador para você, provavelmente nunca cumpriu o serviço militar.

Mesmo rompendo com o tecido do texto, preciso de um interlúdio antes de seguir.

Sonhos me dizem muito. Fiquei meses impressionado com as paisagens oníricas da pré-adolescência e uma delas me levou ao terraço de minha casa em Marechal Hermes:

Acordei assustado com meu próprio grito, pois, encostada em meu peito, lá estava a poderosa e imensa espada de Ogum e seu fio estava prestes a iniciar um corte que vinha do infinito até as bordas de meu coração.

Obviamente ambos os sonhos têm algo a me dizer de um modo profundamente simbólico, pois de fato não tenho nenhuma peça das fardas do CBMERJ, já passados seis anos de reserva. Sei que há vida pelo mundo afora, mesmo para quem não é bombeiro. E ainda, se não tenho poderes sobrenaturais sobre qualquer outra pessoa, ao menos entendo uma espada que toca meu ser e vai até o céu é uma ponte.

A última mensagem de Morfeu veio um pouco diferente na noite passada:

Estava colocando o uniforme de prontidão e já usava o coturno, a calça e cinto, estava prestes a colocar a gandola e o capacete quando fui interpelado por um jovem oficial que queria me contar uma história. Ouvi com entusiasmo, porém no final lhe disse que o personagem da história que ele contava era eu mesmo. Então, me despeço dele e vou para o pátio para a passagem de serviço sabendo que em pouco tempo eu poderia ir para casa.

A interpretação é tão óbvia que decidi não a fazer desfilar aqui em respeito à inteligência de quem lê.

Digo apenas que vários símbolos vêm invadindo minha vida ultimamente, não sei se por sincronicidade ou pelo simples fato de que tenho andado acordado por aí.

Dentre estes a cruz céltica tomou conta de tudo, se você não sabe o que ela é apenas desenhe um círculo encravado no coração de uma cruz.

Enquanto o círculo segue em suas voltas completas e infinitas unindo o começo e o fim a cruz une o que é horizontal como o mar e vertical como o fogo.

É como se a luz de Deus em seu círculo solar abençoasse a mãe que se deita e pai que se ergue em uma ponte entre matéria e espírito. Pois assim o foi, é e será.

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