Sou Chronos, filho de Lupina e Rex. Se hoje me sinto
confortável com um nome tão incomum, saiba que nem sempre foi assim. Por isso,
e outros motivos que não vem ao caso, meus amigos me chamam de Chiquitito (o
que combina com muito mais um com um vira-latas que nem eu).
Se vou contar minha história, saiba que ela é construída
pela luta e pelos amores que tenho; mas também pelas coisas, lugares e amores que perdi.
Hoje só vou lembrar de algo que aconteceu bem antes de
minha primeira primavera.
Cantora achou um filhote de rolinha no chão e
tentou resgatar. Foram dois dias de minhocas na cabeça e no biquinho do Piupiu. Queríamos
retirar ele do peso de seu corpo sofrido. Assim ele poderia voar tal qual uma bela canção. Seria um
habeas corpus alado.
Mas o Grande Cão tinha
outros planos. Assim tive que cobrir terra, folhas e lágrimas meu amiguinho.
No minuto seguinte
vejo um voo.
Com certeza você,
descrente, vai me dizer que era outra rolinha.
Só sei que deve haver
alguma conexão que ainda não consigo entender.
Apenas voe.
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