Foi uma tremenda gafe no meu último treino: parei lá no meio do estúdio de pilates, pedi a atenção de todos e fiz um tremendo discurso em homenagem a minha professora. Os presentes chegaram a uma nítida emoção. Assumo que tenho um certo jeito com as palavras e estava mandando muito bem, só não entendi quando terminei e tudo redundou em uma gargalhada geral, justo quando desejei feliz aniversário para a Val.
O problema é que não se tratava da data natalícia dela
e sim o dia do profissional de educação física. O que com certeza explicava
tantas congratulações para ela no grupo de zapzap.
Assim que conseguiu controlar a respiração de tanto
rir a Aninha puxou minha orelha: “viu seu cabeçudo, vive reclamando que ninguém
lê o que você escreve e é incapaz de interpretar uma simples conversa no zap”.
Mesmo com a cara de pimentão voltei a pedir a palavra
e disse que mantinha tudo o que disse e que esperaria o aniversário dela para
homenageá-la novamente, desta vez por ser professora.
Sou o príncipe das gafes. Lembro, por exemplo, quando
estava curtindo uma onda como intérprete para um grupo de americanos do Texas
em pleno auditório A do Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros. Para
quem nunca fez isso tenham em mente que essa é uma das atividades cognitivas
mais cansativas que há. Além do mais, naquele dia já havia traduzido por horas
a fio. E lá vai o gringo dizer que o acidente com uma motosserra é comparável a
um ataque de piranhas. É óbvio que quando ouvi a palavra entrei em pânico e
acabei traduzindo como “manada de piranhas”. O riso estourou no auditório
enquanto eu explicava para o Tio Sam o que estava acontecendo. Atônito ele perguntou
como eu iria resolver isso. “Deixa comigo” a boa e velha frase que proferimos
quando estamos prestes a piorar as coisas, imaginando que somente uma piada
poderia salvar o dia, e assim mandei um: “Gente desculpa aí, todos sabemos que
manada só pode ser de peixe-boi”. Fecha o pano!
Mesmo assim pode até ser que você queira saber o que
disse lá no pilates, mesmo que eu não venha a lembrar das palavras exatas, mas
foi algo que lembrava que a amizade é o amor sem ciúmes, grandes mestres são
pessoas essencialmente generosas e que eu ficava feliz por ela ajudar a tanta
gente.
Tenho uma queda pelos professores de atletas, mesmo
quando o suposto atleta tem mais barriga que qualquer outra coisa. Por outro
lado, minha física não vem junto com a palavra educação ela fica ali muitas
vezes intransponível e aprisionada em um quadro de giz (referência de velho)
enquanto a de vocês rodopia nos sorrisos das crianças de todas as idades.
Então fica aqui meu muito obrigado a todos vocês que
generosamente nos tiram da inércia, nos dão uma força e aceleram nossos
corações.
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