Em setembro de 2012 o
vira-latas aqui pôde se orgulhar de ser o representante do Rio de Janeiro na
convenção sobre Defesa Civil e preparação para grandes eventos na Alemanha. Em mais
uma prova do que canso de dizer: o Bombeiro é o Barão da ralé.
Antes de contar alguns
detalhes da viagem, cabe dizer que li uma vez que não importa muito o quanto você
se prepara: viagens são grandes niveladoras de conhecimento. Um rolé equivale a
pelo menos dez livros, em especial se você também está disposto a ler.
A quantidade de fatos ocorridos
devido as diferenças culturais se avolumaram naquela semana de outono bávaro. Vou listar alguns:
- Tomei uma bronca homérica
por atravessar a rua totalmente vazia quando o sinal estava vermelho... “Mas não
está passando carro nenhum!” Me defendi... “Não importa a lei é a lei.”
- Tive que me desculpar umas quinhentas vezes
com a chefe da delegação alemã, uma senhora uns vinte anos mais velha. Eu perguntei se poderia lhe adicionar no facebook.
“Eu poderia ser sua mãe!”... “Concordo, mas saiba que não quero ser seu namorado,
só seu amigo!” retruquei.
Para me defender destes
desencontros tenho um macete: cada vez que viajo tento aprender as palavras
mágicas locais. O que para nós seria algo como:
1. Por
favor;
2. Obrigado;
3. Com
licença;
4. Bom
dia;
5. Desculpe;
e
6. Tem
hamburguer?
Mas, justo quando fiz uma
palestra diante de umas 400 pessoas fiz uma confusão enorme entre o bom dia e o
boa tarde, o que fez toda a plateia rolar de rir. Até que foi legal para quebrar
o gelo. Mas só soube a besteira que fiz uns anos depois.
Mas o que realmente me
marcou foi conversar com dois engenheiros. Eles queriam saber se nós no Brasil
nos interessaríamos em comprar um software de altíssima tecnologia. A ferramenta nos ajudaria escolher as melhores localizações possíveis para quarteis de polícia
e do Corpo de Bombeiros.
Ali tive um enorme ataque
de bom senso, e menti polidamente... a qual gestor não se interessaria?
Seria difícil explicar
que o Brasil não é para amadores.
Bem, meus caros, se eu
fosse sincero (Lembram Aurora da Carmem Miranda) eu pouparia um bocado de
trabalho àqueles brilhantes técnicos. Seria muito difícil explicar para eles
que estes tipos de decisões, aqui no Brasil são feitas por políticos.
E políticos... Bem, me
perdoem a tautologia: são políticos.
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