sábado, 30 de março de 2024

Gatos vivos e mortos

Não são poucas as vezes que me sinto como cobaia nas aulas de Pilates, com alguma força, pouca resistência e flexibilidade zero devo parecer um ratinho de laboratório nas competentes mãos de minha professora. Em um desses dias que ela estava inspirada resolveu perguntar se eu estava morto ou vivo depois de ter, simplesmente, me esculachado. Minha resposta deveria ser um não, mas acabou não sendo mais que um miado.

Aqui me cabe não explicar o significado de gatos vivos e mortos, por não se tratar de uma aula de física e sim uma metáfora. Tento com muitas forças não acabar sendo um professor Pardal, até porque quando alguém me fala que certas situações práticas são consequências quânticas fico com enorme desconfiança de que o interlocutor não tem ideia do que está falando, o que tem sido muito comum nestes tempos de zap-zap.

Isso me leva a uma encruzilhada de ter enorme necessidade de dizer o ao mundo como quero expressar e ao mesmo tempo ter razoável noção de minha própria irrelevância. O problema se agrava quando essa encruzilhada se transforma em uma rotatória da Estrada de São Vicente (não aquela imaginária do Bituca com sabor de chocolate), mas uma aqui mesmo em Araruama onde o hábito de dar preferência a estrada principal se contrapõe a regra de trânsito, o que leva a alguns acidentes. Ficamos perdidos entre a preferência ser de quem se impõe e avança e a prudência de quem para.

Enfim, fico aqui sem uma resposta pronta para você, que já reclamava da confusão causada pelo Bardo ao indagar “Ser ou não ser, eis a questão”. Tudo que posso dizer entre gatos, encruzilhadas, rotatórias e metáforas é: “Ser E não ser, eis a questão”.

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