Se eu soubesse que fazer terapia é tão maneiro teria começado antes, parece um bom filme com histórias que dão pra rir e chorar. Ontem cheguei, finalmente a duas questões que realmente me levaram ao consultório do Dr. Luis.
- O sonho recorrente no qual eu chego só de short no
Quartel Central para, ao cruzar o Corpo da Guarda, perceber que todos outros
estavam com uniforme de gala; e
- A quase briga que tive com dois caras que insistem
em andar com cachorros soltos.
A segunda questão é fácil e até já tinha matado a charada
antes mesmo de atravessar o portal. Cheguei ao ponto de não ter que educar mais
ninguém. Quem tem filho grande é elefante, quem tem filho com bigode é gato. Já
os meus não precisam mais dos conselhos que eu poderia dar, enquanto quem tá
andando por ai procurando encrenca pode a encontrar em outros lugares.
Já com a seminudez sonhada entendo que a toca do coelho
é mais funda e ele passa por mim correndo com um relógio de ponteiros acelerados.
Ao segui-lo o sonho ganha uma nova roupagem, nele estou só com uma sunga preta,
justo o menor uniforme que um bombeiro pode usar. Saio aflito de um quarto onde
padece meu primeiro comandante, alguém a quem devo nada menos do que a vida de
meu filho, aflito em busca de ajuda passo por outros bombeiros e bombeiras que não
me reconhecem, para no fim chegar ao auditório A, onde todos outros oficiais estão
vestidos de cinza, estrelas, gemadas e espadas. Quase nu sou apenas alguém ridículo,
cujos apelos não podem ser ouvidos.
Acordo estranho e só, mas em paz. Na cabeceira um
exemplar ilustrado da Odisseia, nele marcado duas passagens. Uma do começo da aventura,
para fugir do Ciclope Ulises, o trickister, diz que seu nome é ninguém.
Próximo de Ítaca Odisseu, o herói, atravessa o Mediterrâneo a nado, como estava
nu, Leocoteia a Deusa da pureza, vem em forma de gaivota tece um pano branco
para preservar seu coração exausto.
Sem nada, chega o Ninguém, ao fim de sua jornada.
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