Ao Lopes cujo exemplo nem o tempo pode apagar
Hoje irei entregar uma medalha ao seu verdadeiro dono. É um objeto feito de metal e honra que me outorgaram em uma cerimônia chique. Dessas em que não sei como me comportar.
A outra que eu estampava com injustificado orgulho afirma que fui um bom aluno. O que é uma mentira deslavada. Naquele tempo eu só queria que as férias chegassem logo e só fazia o mínimo que pudesse para esse momento não se atrasasse ou se perdesse em qualquer décimo de segundo. Parte de mim odiava a Academia, onde a pressão muitas vezes se transformava em depressão. Penso que eu deveria a levar para deixar na escola em que lecionei por boa parte de minha vida. Só para apontar para quem estuda que aprender vale a pena.
A terceira foi feita de tempo e prata. Posso até achar que essa é minha de verdade pois me dizem que tenho quase 60. Entretanto, o tempo não se possui. O tempo não é. O tempo não está. São uvas desidratadas e a água que se esvai em tal pia que não permite que um espelho se emende ou que o carvão vire madeira.
Caminho com a farda lisa, como um recruta que acabou de chegar, dentro dela carrego um coração sem nada além de amor e esperança de que meu amigo seja exemplo e luz para quem está por vir.
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