Vou fazer o possível para não trazer spoilers a essa nossa conversa, mas posso dizer que a série está sendo ESPETACULAR, durante uma cena qualquer me perguntam se eu estava curtindo as referências, respondi que cada easter egg fazia derreter minhas papilas gustativas. Porém, se você faz questão de que os detalhes das personagens fossem cuidadosamente mantidos em uma suposta pureza dos ideais helênicos, prepare-se para a decepção.
Hera há eras se manteria fiel ao marido, pois ela era a esposa perfeita, portanto capaz de mirar o olho cego para as infidelidades do maior gigante gasoso do sistema solar, sua fúria (por falar nisso adorei as fúrias) iria sempre se direcionar aos filhos bastardos. Dionízio não se preocuparia em outra coisa que não o próprio êxtase. Hades e Posseidon seriam bem mais espertos. Eurídice corresponderia ao amor de seu bardo. Zeus e Minos, bem, esses são babacas mesmo.
Então, o que me faz pensar que o espírito mitológico foi preservado?
O topo do pódio vai para o fato de que o mito vivo é um pulmão e não uma pedra, suas variações são confirmações de um todo, assim se você quiser contar um mito qualquer para um amigo ou uma criança (melhor ainda se seus amigos não têm corações que envelhecem) sinta-se à vontade de acrescentar suas verdades.
Em um segundo a representação de Chronos como um personagem que cabe no punho de seu assassino é simplesmente genial.
Um terço para rezar pelas vítimas oprimidas, estejam elas em Troia, na Palestina, em qualquer país Africano, da América Latrina ou governado por Monções.
Um quarto e suas paredes para o diálogo entre pai e filha, marido e mulher e todas outras intimidades.
Um quinto de toda a riqueza para a revolta dos Inconfidentes ao ver como o poder leva o desastre as bases das Pirâmides.
Finalmente a inescapável metáfora ao perceber que estamos falando do aqui e agora, pois a natureza humana não mudou durante os séculos. Eu mesmo estou versando sobre deuses antropomorfizados para não dar nome aos minotauros.
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