domingo, 21 de outubro de 2012


CHICLETE DE CANGURU

Não sei como se escreve, mas deve ser algo do tipo kan goo roo; porém, independente da grafia (que deve estar errada!) esta frase significa “eu não entendo”, na língua dos aborígines australianos. E como eles não sabiam inglês isto era o que os colonizadores mais ouviam. Então, os doutos súditos da rainha pensaram que o curioso marsupial que viam naquelas terras assim se chamava.
Por outro lado o Rio de Janeiro recebeu este nome porque a Baia da Guanabara, vista de longe por marinheiros que certamente ansiavam por água doce, parecia um rio.
Podemos concluir que Rio de Janeiro e Cangurus têm em comum enganos históricos. Enganos belos é verdade, no entanto, quero compará-los a um outro nada agradável: vi na TV a imagem de um passarinho que morreu asfixiado por ter bicado uma bolinha de chiclete vermelha.
Há, neste caso também dois enganos: a do infeliz passarinho que não distinguiu o chiclete de uma acerola e; o de um andarilho que deixou acidentalmente (pelo menos assim espero) a armadilha por ali.
Falhas são cometidas o tempo todo, elas nos levam adiante e nos fazem crescer, algumas podem até ser interessantes, outras são simplesmente trágicas.
O problema é que a nossa margem para erros está cada vez menor, pois todos os nossos atos interferem com outras pessoas em um mundo cada vez mais plugado, interligado, interconectado.
Ou seja, se você espirra no Rio (poderia ser Baia) de Janeiro alguém pode ficar gripado em Sidney (e do jeito que a coisa anda pode até ser um canguru).
Então, como diria Gil (que é da Bahia – e que não tem nada a ver com a Guanabara) “se oriente rapaz” (e moça também), há muitas bolinhas de chiclete disfarçadas de acerolas por aí.

Remo Noronha



  

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