Sou o tipo de idiota que usa os próprios textos obscuros como referência, mas se você tem alguma alternativa a: “Guardo comigo as palavras que digo, mas não silencio quando calo” para resumir tudo que você vai lidar até terminar de ler esse texto, diga lá que serei todo ouvidos, porém eu mesmo não consigo pensar em algo melhor. O contraponto vem de “cala a boca Barbara” que repetido diversas vezes remete a Calabar, ou seja, um traidor.
Sempre tive a necessidade de falar, mesmo quando a
fala se revelou autodestrutiva o que se resume em outra autorreferência na qual
coloco que sinceridade e raciocínio rápido sempre foram minha ruína.
A resposta mais uma vez vem do yoga, hoje mesmo minha
mestre, a professora Renata, nos disse: “feche as pálpebras, mas abra os olhos”, ela
tem me ensinado muito, pois assim são as professoras. No caso dela tudo
obviamente transcende, e por isso mesmo se trata de um ensino transcendental.
Silenciar é totalmente diferente de ser calado, ou de
se permitir calar. É chegada a hora de citar outro mestre, o Clóvis de Barros
Filho que nos ensina que liberdade não é fazer o que se quer, e sim superar as próprias
vontades que nos tornariam meros animais, ou algo assim. Seja como for tenho
quase convicção de que ele não ficaria chateado comigo por ter um modo próprio de
citá-lo, até porque grandes mestres não se aborrecem que venhamos a ter
interpretações próprias de suas falas. Além do mais ele nem sabe que (penso
logo) existo.
Então não me calo. Mas silencio quando percebo que o
que tenho a dizer em nada vai lhe ajudar a me compreender ou mudar sua visão dogmática
de mundo.
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