Num 8 de março fui convidado para fazer uma palestra para homenagear as mulheres de minha cidade (tudo bem que não nasci lá – mas tenho um título para provar isso – coisa que meu time deixou de me oferecer por um bom tempo). Tive a ideia de repetir o mesmo texto na faculdade próxima e lá fui (quase que) literalmente atacado por fundamentalistas religiosos.
Já usei esse espaço aqui para falar sobre o risco
desse tal fundamentalismo, mas me permitam voltar ao assunto. Se você acha que
só fundamentalista quem está enrolado em bombas falando uma língua estanha, por
favor compreenda o que digo. É fundamentalista quem: 1 - não compreende que os ensinamentos
espirituais são metafóricos, tomando as palavras ao pé da letra; e 2 – não admite
que outra pessoa divirja de suas óticas espirituais estabelecendo que só seu
caminho é válido.
Outro ponto ao se falar sobre mulheres é o tal do
lugar de fala. Quanto a isso deixe me estabelecer duas linhas de defesa: 1 –
falo sobre as mulheres como profundo admirador; e 2 – sou um convicto portador
de uma ânima.
Ou seja, já passei daquela fase em que dizia que meu
lado feminino é zagueiro do Madureira. Até porque o lugar de uma mulher é onde
quer que ela queira estar, incluindo a zaga do Madureira.
Tudo isso reaparece em uma terça de carnaval, dia em
que estaria pronto a ser agarrado pelos amigos que passam no bloco das
piranhas, o que também já virou tradição. Como estou longe, decidi mandar um vídeo
mega hilário para um deles, no qual um cara se fantasiou de terno, porém ao
virar de costas exibe nada mais que um fio dental atochado em um monte de pelos
do bumbum.
Recebo a resposta com um áudio perguntado se eu tinha passado
por lá, explico que estou milhas e milhas distante. Outro áudio replica que ele
havia sonhado que eu o chamava no portão, coincidência apenas, justo quando minha
mensagem chegou.
Coincidência não! Conexão, sincronicidade.
É o encontro de amigos: do velho e do novo, do self
com o ego e a possibilidade do reencontro das afinidades e do abrandamento das
oposições.
Enfim, espero que você pule muito no carnaval, tenha
as catarses que quiser, mas beba água entre uma cerveja e outra e ainda que faça
seus encontros entre Hermes e Afrodite. Se possível leve a metáfora para o
resto do ano.
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