“E
eu que não creio peço a Deus por minha gente
É
gente humilde que vontade de chorar”
É uma daquelas contradições que demanda muita
explicação, o fato é quase não opino sobre o assunto, mas se me perguntam
sempre digo que sou cético, penso que é difícil alguém de exatas acreditar em
horóscopos. Mesmo assim lá estava ele na prateleira implorando: “me compra”.
Tal qual um filhotinho de cachorro.
Foi tocar na capa azul e ver as letras em relevo, que
o menino que mora em mim quase deu um pulo para fora de meu corpo. E logo
lembrei que sempre sonhei que um dia chegaria em que em não teria que regatear
para comprar um livro. Se tenho vaidade e ambições ambas são intelectuais.
Resumindo. Lá vim da livraria com um exemplar de Jung
e a Astrologia. Estava doido para completar a trilogia que desejava há muito,
depois de ler “O homem e seus símbolos” e “Jung e o Tarô” esta seria a sequência
lógica.
Hoje leio devagar, meio por preguiça, meio pelo temor da
hora da despedida de meu amigo de papel. Começo por Áries, e logo pergunto a
Aninha se conhece alguém dessa linhagem. Contenho a ansiedade que me levaria
direto ao sétimo signo, mais uma contradição de alguém tão desequilibrado e
ansioso.
Interlúdio.
A vida cotidiana me chama, e lá vamos nós para o
Pilates. A Val nos recebe com o bom humor de sempre: “preparem-se crianças,
hoje tem circuito”. A resposta da vida me atinge como um raio. Fica óbvio que não
sou, não passo, não tenho um signo. Da mesma forma que as cartas de Tarô não me
pertencem.
Preciso caminhar por todos.
Minha condição humana é individual, portanto,
indivisível.
Doze signos, vinte e duas cartas, sete dias da semana
e inumeráveis estrelas não são suficientes para dizer quem somos, mesmo assim
nada nos impede de pisar nos astros distraídos.
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