Era uma vez um menino em uma família disfuncional, até aí qualquer um pode se identificar com essa história. Todo mundo já foi criança um dia e todas as famílias são disfuncionais de alguma forma. Então algo acontece, tão dramático quanto Hefesto jogando uma rede inquebrantável sobre Ares e Afrodite.
O lance é que o pai do menino estava tão loucamente
apaixonado por uma garota que chegou ao ponto de levar ela para sua casa. Lógico
que deu zebra.
Ai a notícia, carece de exatidão: o lar não mais existe.
Como todo menino tem a fantasia de carregar o mundo, esse
também deveria se sentir responsável pela separação. A depressão passa a ser
quase inevitável. O salva um amigo de seu pai faz o melhor que pode pelo
pobrezinho: poesia e música.
Misturando Julian e dude (cara), Paul o chama para a
cantar vida lá fora. Assim demonstra que aquele fardo não era dele.
Aqui a associação com Atlas é inevitável. Quem pode trazer
um alívio, mesmo que breve ao condenado a suportar o firmamento pela
eternidade? Nenhum deus está disposto a isso. Somente uma alma humana poderia fazê-lo.
Então é Hercules que vai desempenhar esse papel. Não se trata de um objetivo,
aquilo que chamamos de um de seus 12 trabalhos. É apenas algo que acontece,
assim, meio que de passagem entre uma atribulação e outra. Pois assim (até)
podem ser os humanos.
Esse é só um dos infinitos dramas que podem assaltar nossas almas. E nem sempre há alguém para jogar uma boia enquanto naufragamos num mar de lágrimas. No caso específico uma das composições mais bonitas e vibrantes já escrita! Sabendo disso tudo, pode até ser que essa leitura também seja uma boia. Enfim, deixe que música, poesia ou metáforas deem conta daquilo que pode nos esmagar sob um peso insuportável.
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