Não sei o quanto disso é verdade, então não classifique o que vou dizer ainda nesse parágrafo como fake News ou pseudociência, mas é dito que TODAS nossas células mudam a cada oito anos.
Como o que digo é apenas uma metáfora solta, não sei
se devo concordar com Simon e Garfunkel ou com o Raul Seixas. E fico dividido
entre ser uma metamorfose ambulante ou compreender que após mudanças e mudanças
somos mais ou menos o mesmo.
Estava mergulhado neste paradoxo quando a resposta
improvável veio em forma de pergunta extraída da sabedoria do yoga: uma árvore
ainda é uma árvore quando se despede da folha?
Sei que fico assim mesmo em cada véspera de seus aniversários.
Já havia anunciado que filhos são folhas e flores e todas outras coisas que o
vento leva para longe. Por outro lado, há a memória.
A memória nos une.
Tem o bebê prematuro que nos assustou um bocado.
Tem o molequinho que mal sabia andar, mesmo assim corria
na praça de Friburgo dizendo sua primeira palavra que não foi nem papai, nem mamãe,
mas pombo!
Tem o carinha que disse que estava tão quente que ia
virar um picolé e o boi ia lamber.
Tem o moleque que caiu da bicicleta e aprendeu que
deveria voltar a pedalar assim que a ferida fosse lavada.
Tem o cara que me levou para São Januário para contar
suas vitórias como concurseiro.
Tem o rapaz que largou tudo e esteve ao meu lado na
nossa maior crise.
Tem o homem que se casou com uma linda mulher e se
mudou para Europa.
Tem as ligações de telefone intermináveis.
Memória, essa é a resposta. É o que nos faz sermos nós
mesmos diante de tantas mudanças. É o que nos oferece régua e compasso para
planejar o futuro.
O presente? É ter você em minha vida.
Belissima homenagem. Gostaria de saber escrever assim para fazer o mesmo para os meus filhos.
ResponderExcluirVocê já faz em cada passo de sua vida
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