terça-feira, 19 de julho de 2022

Metas e formas

 Não sei o quanto disso é verdade, então não classifique o que vou dizer ainda nesse parágrafo como fake News ou pseudociência, mas é dito que TODAS nossas células mudam a cada oito anos.

Como o que digo é apenas uma metáfora solta, não sei se devo concordar com Simon e Garfunkel ou com o Raul Seixas. E fico dividido entre ser uma metamorfose ambulante ou compreender que após mudanças e mudanças somos mais ou menos o mesmo.

Estava mergulhado neste paradoxo quando a resposta improvável veio em forma de pergunta extraída da sabedoria do yoga: uma árvore ainda é uma árvore quando se despede da folha?

Sei que fico assim mesmo em cada véspera de seus aniversários. Já havia anunciado que filhos são folhas e flores e todas outras coisas que o vento leva para longe. Por outro lado, há a memória.

A memória nos une.

Tem o bebê prematuro que nos assustou um bocado.

Tem o molequinho que mal sabia andar, mesmo assim corria na praça de Friburgo dizendo sua primeira palavra que não foi nem papai, nem mamãe, mas pombo!

Tem o carinha que disse que estava tão quente que ia virar um picolé e o boi ia lamber.

Tem o moleque que caiu da bicicleta e aprendeu que deveria voltar a pedalar assim que a ferida fosse lavada.

Tem o cara que me levou para São Januário para contar suas vitórias como concurseiro.

Tem o rapaz que largou tudo e esteve ao meu lado na nossa maior crise.

Tem o homem que se casou com uma linda mulher e se mudou para Europa.

Tem as ligações de telefone intermináveis.

Memória, essa é a resposta. É o que nos faz sermos nós mesmos diante de tantas mudanças. É o que nos oferece régua e compasso para planejar o futuro.

O presente? É ter você em minha vida.

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