sábado, 30 de junho de 2012


CÉLULAS, CELAS E CELULARES

São 22:30h o telefone toca: “Alô”... Do outro lado da linha ouço: “quem ta falando?”... Não sei se há um tratado sobre como se comportar ao telefone. Se houvesse certamente estaria escrito que quem liga se identifica. Ora bolas, se você pegou no telefone e digitou um certo número, há que se esperar pelo menos, que você saiba para quem ligou. Para completar a noite tudo não passava de um engano. Durmo cedo, mas se me estressar acabo desistindo de Morfeu, foi o que aconteceu.
Outro incômodo é aquela brincadeira... “Adivinha quem ta ligando?”, minha resposta sempre é: “não faço a mínima ideia”. Sou simplesmente péssimo neste jogo, e acabo sendo considerado um simples mal educado.
Meus filhos, como todos desta nova geração, se sentem super à vontade ao telefone, Clara que tem 9, vive torcendo para ganhar um celular de presente. Acho cedo. Sei que há jogos e outros parangolés que interessam a ela, só que sou do tempo em que telefone era usado para telefonar.
Anacrônico. É isso que sou.
Não se trata de uma questão de idade. Minha irmã conta dez carnavais a mais que eu, mas já faz tempo que é mais jovem. Um dia ela estava exaltando o seu celular como um objeto de conquista. Jamais poderia ver um monstrengo destes como o símbolo da liberdade de alguém, até que ela me passou a sua posição sobre o assunto.
A minha é proveniente da origem da palavra: nos remete à célula, e esta a cela, ou seja uma prisão. Entendo ainda que o tal do ócio criativo, não passa de uma forma de nos manter trabalhando mesmo quando o expediente já terminou há séculos.
Em certos momentos gostaria de estar menos plugado, não se trata de simples ignorância, mas de um estilo de vida. O fato é que buscamos meios de poupar tempo na mesma medida em que temos cada vez menos deste artigo.
Bem, parece que o assunto poderia merecer mais algumas linhas, só que meu celular acabou de tocar... de qualquer forma te ligo depois...

Um comentário:

  1. Parabéns Remo!

    Seu Blog é o máximo!

    Siga em frente, pois este é o seu destino: traduzir em palavras o consciente e o inconsciente de tudo que habita a face da Terra.

    Lúdicos ou não, adoro seus textos.

    Um forte abraço!

    Wander Pires Ferreira

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