NARCISO
Via você de longe
Mas nunca lhe toquei
Até porque
Ninguém se toca de
fato
Mas se algo lhe
impede
De beijar meus
lábios
Era transparente
Transparente como
seus olhos
Olhos molhados
Molhados de sal e
areia
Porém a prata que
manchava sua mão
Tocou seus cabelos
dourados
Então, toda prata se
espalhava
Em sua prisão de
vidro
Hoje já não lhe vejo
E você só vê uma
imagem
Virtual
De alguém tão
parecida
Com quem você já foi
Que nem você percebe
Que não é você
E só alguém com as
mãos trocadas
Mas é tudo que você
vê.
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