sexta-feira, 3 de agosto de 2012


ALMA GÊMEA

Platão disse em O Banquete que havia seres que eram extremamente felizes e completos, vivendo em total alegria e prontos para alcançar todas as metas possíveis, pois seu potencial era ilimitado. Um dia os Deuses do Olimpo perceberam que seres seriam capazes de um dia desafiá-los. Então por precaução eles foram divididos, e suas partes vivem no mundo a vagar em busca de sua metade perdida.
Há também a história da metade da laranja, que acredito, todos já conhecem; e que na voz de Fábio Junior anunciava o início da novela das seis. Tive a impressão de que o mundo parava para ver as desventuras de Serena e companhia e, o que mais me agradava na trama era a linguagem inocente e doce, fato raro na televisão atual.
Esperei que a novela terminasse para que a referência elogiosa não fosse confundida com publicidade, não sei sequer se concordo completamente com a visão religiosa do autor, mas algo me faz escrever sobre isto: existe com certeza uma força que organiza o universo, não a compreendo totalmente, e nem me proponho a isto, talvez este seja um assunto mais apropriado para o colunista que fica aí ao meu lado. E este tema foi discutido durante a novela.
O mais importante é que ela dava uma chance de juntar minha esposa e filhos para ver um só programa. Assumo também que quando vou a locadora tenho preferido os títulos infantis à muitos filmes adultos, onde só se vêem massacres.
Acredito que a violência na ficção deveria ser um recurso utilizado quando fosse realmente relevante. Sem suicídio de Romeu e Julieta a história cairia em um lugar comum. Sem mostrar o massacre de milhares de indianos o filme Ghandi seria uma falácia. Perceba aí que não estou propondo a alienação burra ao mundo em que vivemos.
Por outro lado o sonho, a ficção doce sumiu de nossas vidas como algo que devemos jogar fora junto com todo material não reciclável que acharmos.
Prefiro ainda ter espaço para os amores como do Cozinheiro e da Vespa e de tantas outras personagens que deram algumas alegrias neste mundo fugaz.
O que mais posso dizer além de: Batam palmas e pés crianças do mundo inteiro, Sininho precisa disto para sobreviver. Mas de qualquer forma, se você não pode assumir que ainda é criança, pelo menos leia Peter Pan para uma esta noite... as fadas agradecem.

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