sábado, 4 de agosto de 2012


FEITICEIRAS

“Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem...”

O poder das mulheres sempre foi encarado de uma forma um tanto diagonal (se é que isto explica algo, mas no fundo é exatamente o que quero dizer e, te peço perdão por ser formalmente incompreensível). Dois exemplos disto estão em fatos com os quais esbarrei neste final de semana: ter visto a feiticeira (um vídeo maravilhoso) e no jornal a notícia de que estão pensando em cotas para homens nas universidades.
Há um pavor masculino diante de mulheres poderosas, e a bruxa encarna justo este arquétipo. Para sobreviver a este pavor devemos colorir a nefasta figura de roxo ou preto, colocar nela verrugas horrorosas e um nariz de proporções fálicas. Assim está resolvido o nosso problema: a encaixamos no cantinho mais escuro do nosso cérebro junto com morcegos e lobisomens emaranhados em uma série de teias de aranha.
Assim não precisamos disputar postos de trabalho ou vagas nas universidades com elas.
Mas o que fazer da Morgana, das Brumas de Avalon; ou da Samantha que povoava nossas TVs em preto e branco? Afinal, o que faremos ao admitir que estas bruxas não merecem as fogueiras onde já jogamos tantas outras?
Isto sem contar que o papel de Endora caiu nas mãos de ninguém menos do que Shirley MacLaine, que encarna como ninguém o papel de bruxa (se você ainda não sabia disto leia um dos livros dela com urgência!).
Bruxas que tomam de assalto o poder masculino estão cada vez mais comuns, elas nos encantam, com um charme irresistível, tem respostas sábias para questões insondáveis e mostram um caminho colorido nos desertos do coração.
O que explica isto muito bem é o título original da série, e do filme bem mais recente, que seria melhor traduzido por encantado, palavra que por sinal o pai dela utiliza em francês ao se apresentar a uma mulher.
E é exatamente isto que elas fazem conosco: elas nos encantam quando assumem os papeis de trabalhadoras, universitárias, mães, filhas, irmãs, amigas, esposas...
Está na hora de depor as armas e reconhecer a superioridade delas, afinal Deus fez Adão primeiro o que prova que o protótipo sempre precede o produto final e melhor acabado.

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