BIMBO
Recebi uma solicitação
inusitada: uma pessoa sofreu a perda de seu cãozinho querido, chamado Bimbo, e
pediu que escrevesse sobre ele.
Em tese seria
complicado, pois não conheci o Bimbo, mas farei como o ator global que ora representa
o Agostinho da Grande Família.
Quando desempenhou,
brilhantemente, o papel principal, em “O
que é isto companheiro” um jornalista, que conhecia Gabeira, lhe perguntou como
ele tinha feito o congressista tão bem, Pedro Cardoso respondeu que evitou se
focar na pessoa real, e sim em como uma pessoa aquele perfil reagiria em cada
situação.
Pois bem, é o
que farei.
Sei que o Bimbo
é era um cão adorável e leal, pois assim são os cães. Da mesma forma sei que
ele não era capaz de compreender as palavras de sua dona, mas o sentimento
escondido em cada uma delas.
De vez em
quando ele fazia bagunça, e se escondia sob a mesa da cozinha e só saia de lá
quando a dona não estava mais brava, afinal todo o cão sabe que os humanos
mordem! E como.
Mas, até para
isto havia solução, bastava ficar quieto no cantinho, e esperar o contato
visual para fazer aquela carinha de cachorro triste. E logo o pedido de
desculpas era aceito.
Bimbo conhecia
um cheiro diferente de todos outros e um andar que o despertava mesmo nos
últimos dias de sua doença terminal. Assim como a rosa do Pequeno Príncipe, ele
sabia que estas coisas tornavam sua dona uma pessoa única no universo. Ela era
alguém para ser amada I-N-C-O-N-D-I-C-I-O-N-A-L-M-E-N-T-E, pois assim amam os
cães.
Não sei se há
um céu para os cães, espero que se haja de fato, tenham sido eles de ficção ou
de carne e osso (e outro osso), possam se encontrar em um lugar maravilhoso. Lá ele deve
estar brincado com a Baleia de Graciliano Ramos, feliz sob uma sobra curtindo
um lugar onde cães e pessoas se entendam finalmente.
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