sexta-feira, 20 de julho de 2012


SOBRE 0 AMOR
"...não me faças abandonar meu Rama! O mundo poderia continuar sem a luz do sol, a lavoura poderia resistir sem a água da chuva, mas eu não sobreviveria sem meu Rama!„
O Ramayama
Eu te amo.
Quantas vezes você (me perdoem a confusão nos pronomes de tratamento, porém este é - quase - o único jeito sincero de dizê-lo) disse esta frase hoje, nesta semana, neste mês, nesta vida?
Percebi que sempre damos um jeito de mostrar as pessoas o quanto não gostamos delas, seja com olhares, entonação, expressões corporais.. (ufa), ou seja: para dizer "chega pra lá!", damos os nossos pulos.
0 oposto é difícil, “eu te amo” é tão precioso que guardamos no porta jóias mais intangível: o fundo do coração. Só que isto sabemos de cor (de coração): ser cordial (com o coração) pode muitas vezes partir o coração.
Mesmo assim é preciso coragem e agir com o coração  (neste caso de leão).
Não proponho os versos indianos milenares do Ramayama, nem mesmo o amor alucinado de Florbela Spanca (“minha alma de sonhar-te anda perdida...”). Muitas vezes basta um olhar, uma gentileza, que segundo o Profeta que passeava pela Rodoviária Novo Rio dizia gera gentileza.
Poupemos de tudo um pouco, o mundo precisa disto. Mas, com o amor é diferente, ele não se desgasta com o uso o amor se multiplica. 0 amor se espalha pelo cantos pelos campos e nos toma quando estamos com a imunidade baixa, ou nos noucalteia quando encontra uma guarda baixa!
 Somos assim condenados a amar.
Machado de Assis dizia que é melhor cair das nuvens do que do terceiro andar. Não sei se concordo (com o coração), apesar de nunca ter caído de um prédio, sei que cair das nuvens também é doloroso; mas acredito que vale a pena, mesmo com dor de cotovelo e o coração (ele de novo) estilhaçado pelo chão. Se caímos de tão alto é sinal de que um dia estivemos lá.

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