FIM DO PRIMEIRO TEMPO
Neste ano faço quarenta e três, mais um
pouquinho serão quarenta e cinco. Pelo menos se a aritmética não mudou,
juntamente com tantas outras revoluções que andam por aí.
Logo estarei perto de encerrar o primeiro
tempo. Não estou prevendo qualquer intervalo, ou mesmo a fala de um técnico
mostrando tudo o que errei (a lista seria enorme). A vida tem várias
semelhanças com o futebol, porém estas não passam de metáforas.
Mesmo assim, não consigo deixar de pensar: “cara!
o jogo ta rolando, e ainda não marquei a metade dos gols que eu esperava”.
Sei apenas que os aniversários estão ficando
cada vez menos esperados, e menos divertidos. Lembro quando entre os presentes
eu podia esperar por latas de talco e sabonetes dos amigos menos abastados,
mesmo assim desde os oito até os dezoitos havia uma contagem regressiva
atentamente marcada em algum calendário escondido.
Agora as contagens dos carnavais não são mais
motivo de ansiedade, apesar de ainda não serem de apreensão. Tento justificar
dizendo que sou uma pessoa melhor, mesmo que isto não atinja os aspectos
físicos e biológicos.
Admito ainda que a memória também anda me
deixando na mão de vez em quando. Tento espantar aquele famoso alemão que nos
rouba a sanidade exercitando a mente, até mesmo entre as séries de outros
exercícios (leia-se supino e companhia).
Mea culpa: não consigo melhorar muito a minha
alimentação, o que sei, fará com que neste jogo eu não tenha nenhuma chance de
chegar na prorrogação.
Mas algo tem me ajudado a manter, ao menos, a
sanidade: tenho escrito um bocado. Se as palavras merecem publicação ou não, é
outra história, de qualquer modo, até arrumei um espaço para pô-las.
A intencionalidade destas palavras, não é mover
o mundo, ou achar qualquer identificação entre as pessoas que estão na mesma
partida (mesmo que cada uma com um diferente cronômetro no bolso). Só que entre
agora e o apito final tenho o desejo de compartilhar com você, votos de
felicidades, um abraço fraterno. E a esperança de que haverá um amanhã.
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