RIMAS FÁCEIS
“O nosso amor não vai
deixar de rolar
nem fugir nem ser tema
de livro...”
Fui convidado a um sarau, palavra antiga que abre um
espaço para dar voz a poetas.
Éramos
três e, os outros dois me ofereceram a maior saia justa de minha vida no que se
trata de falar em público, pois não há como competir em charme, elegância e
desenvoltura com o Seu Jairo o Seu Rui. A poesia escorre dos poros deles, elas
fluem entre calangos e canções, espalham doçura aos corações.
Não sou um desistente: sobrevivi, mais
uma vez. O problema é que meus textos nascem sofridos, há tempos não sei
escrever quadrinhas; mas assumo que rezei por uma inspiração: devolvam minhas
rimas fáceis, permitam-me os calafrios!
Queria que cada um de meus versos
não fosse um parto doloroso, uma amputação. Queria ser novamente capaz de tirar
um sorriso das flores que passam nas janelas, como eles habilmente fazem.
De qualquer forma meus amigos me
devolveram o chão. Um lugar firme para me apoiar e olhar para cima, onde do
alto das torres ebúrneas de meus sonhos reinam os poetas populares.
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