SALGADINHO
-
Oi! Oi! Oi! É o salgado. Bi! Bi! Bi! Graúdo! Bonito! Barato e Gostoso!
Vira
e mexe vejo esta figura passar pela rua. É o Salgadinho: negro, baixa estatura,
sorriso amplo e uma grande alma.
Conheci
logo da primeira vez que passei pelo quartel de Bombeiros do Carmo onde o seu pit stop é ansiosamente aguardado, justo
minutos antes do almoço.
O
fato é que não há como concorrer, pois o seu produto é acompanhado por suco
gratuito e recheado de bom humor.
Logo
o convívio com seus fregueses de camiseta vermelha fez com que o boné da
Corporação fosse incorporado aos seus trajes.
-
E ai chefe vai salgadinho hoje?
Peço
desculpas, bem que poderia aceitar, entretanto meu amigo não sabe a briga que
venho travando com a balança desde que torci meu joelho.
Vejo
se afastar imaginando como ele consegue equilibrar o isopor e o guarda-chuva
sobre a bicicleta. Lembro da música do Jorge Ben (aquele cuja numerologia mudou
o nome), e percebo que a combinação dos objetos pode ser aceitável e até
harmoniosa se guiados por uma pessoa tão peculiar.
Tenho
pensado muito sobre o privilégio que é morar em um lugar onde ainda pode se
ouvir uma Folia de Reis, pendurar um cafezinho, ou simplesmente desejar
felicidades a alguém sem que seja natal. Mas, certamente, o melhor é conhecer
pessoas como o Salgadinho. E ao passar de carro buzinar para ouvir o bordão já
famoso nas ruas da terra que adotei.
-
Oi! Oi! Oi! É o salgado. Bi! Bi! Bi! Graúdo! Bonito! Barato e Gostoso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário